Saiba porque o governo federal adotou a linguagem "simples" e proibiu a linguagem "neutra" em seus documentos
- Redação

- há 22 horas
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A linguagem neutra é aquela que diz, por exemplo todes, ou todx no lugar de “todos”. Essa neutralidade surgiu para incluir pessoas transgêneras ou de gênero fluido, que não se encaixam no padrão de gênero masculino ou feminino.

Em português, ao invés dos tradicionais ele, ela, dele, dela a linguagem neutra pode usar pronomes como elu e delu ou ile, dile. E se antes o gênero neutro era usado exclusivamente nas redes sociais, principalmente entre ativistas transgênero, nos últimos anos se espalhou também pela cultura pop, com artistas preferindo ser chamados de forma neutra.
Mas no dia 17 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Política Nacional de Linguagem Simples, que traz, entre outras regras, a proibição do uso de expressões de “gênero neutro” na comunicação de órgãos públicos.
Portanto, agora pela lei, os órgãos de governo não podem "usar novas formas de flexão de gênero da língua portuguesa, que não sigam às regras gramaticais já consolidadas", como por exemplo, “todes e todx”, entre outros.
A linguagem simples adotada pelo governo federal não se trata de informalidade ou gírias, mas sim de clareza e objetividade, preservando a norma culta da gramática, usando frases curtas, preferencialmente na voz ativa, palavras comuns e de fácil compreensão pela maioria da população, e evitando jargões técnicos como "juridiquês" e "economês" que só os técnicos entendem.
A linguagem simples prevê ainda: organização clara do texto, com as informações mais importantes no início do texto e uma ideia principal por parágrafo, o uso de linguagem acessível e, quando necessário, versões em idiomas indígenas para comunicações específicas com esses povos, além de teste com o público-alvo para verificar se a mensagem do governo foi compreendida.
A linguagem adotada pelo governo é, portanto a simples, que visa facilitar a comunicação com todos os povos da nação, levando mais clareza e entendimento a todos os documentos oficiais. E nesses documentos oficiais, a linguagem neutra, por sua vez, está proibida.
Por Stela Masson, jornalista, mestre em Educomunicação







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