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Controladores de voo pedem urgência na instalação de radar no aeroporto de Uberlândia

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 3 de ago.
  • 4 min de leitura

Representantes do SNTPV alertam para vazio de controle aéreo entre Franca e Anápolis; categoria solicita apoio para criação de Frente Parlamentar da Segurança da Aviação


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Representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV) utilizaram a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Uberlândia, na quinta-feira (1º), para alertar sobre a urgente necessidade de modernização do sistema de controle de tráfego aéreo do aeroporto da cidade. O principal pedido da categoria é a instalação de um radar moderno, equipamento fundamental para garantir a segurança dos voos na região do Triângulo Mineiro.


Durante a primeira reunião ordinária de agosto do Legislativo municipal, o delegado regional Sudeste do SNTPV, Vamberto Figueiredo, apresentou um cenário preocupante: existe um vazio de controle aéreo que se estende do município de Franca, em São Paulo, até Anápolis, em Goiás, deixando toda a região central do país sem cobertura adequada de radar.


"Estamos falando de uma área extensa sem controle efetivo do tráfego aéreo. Isso representa um risco significativo para a segurança dos voos que transitam por nossa região", explicou Figueiredo durante sua fala na tribuna. "Uberlândia, como segundo maior aeroporto de Minas Gerais, não pode continuar operando com essa deficiência."


O presidente nacional do SNTPV, Rogério do Amaral Varela, que também participou da sessão, revelou dados alarmantes sobre a situação do aeroporto uberlandense. Segundo ele, embora estejam previstos investimentos de R$ 300 milhões no terminal nos próximos anos, as melhorias no sistema de controle de tráfego aéreo não estão contempladas nesse montante.


"A torre de controle do aeroporto de Uberlândia está tecnologicamente ultrapassada há mais de 20 anos. Enquanto isso, o movimento de passageiros só cresce. Hoje temos 1 milhão de passageiros anuais, e a projeção é que esse número chegue a 3 milhões em cinco anos", alertou Varela.


A situação se torna ainda mais crítica quando analisada sob a perspectiva dos recursos humanos. Conforme revelado pelos representantes sindicais, 30% dos técnicos em proteção ao voo da região estão afastados por problemas de saúde, evidenciando a sobrecarga de trabalho e as condições inadequadas enfrentadas pelos profissionais.

"Não é apenas uma questão de equipamentos. Precisamos renovar nosso quadro de pessoal e oferecer condições dignas de trabalho para esses profissionais que são responsáveis pela segurança de milhares de vidas diariamente", enfatizou Figueiredo.

O vereador Dr. Igino (PT), que convidou os representantes do SNTPV para a tribuna, manifestou preocupação com a situação apresentada. "É inadmissível que o segundo maior aeroporto de Minas Gerais opere com deficiências tão graves.


Vamos trabalhar para sensibilizar nossos deputados federais sobre essa questão", declarou o parlamentar.


Uma das principais bandeiras defendidas pelos controladores de voo é a criação da Frente Parlamentar da Segurança da Aviação no Congresso Nacional.


Para que a frente seja oficialmente constituída, são necessárias pelo menos 214 assinaturas de deputados federais. Segundo Figueiredo, os representantes de Minas Gerais na Câmara Federal já manifestaram apoio à iniciativa.


"A Frente Parlamentar será fundamental para dar visibilidade nacional aos problemas da aviação civil brasileira. Não podemos permitir que questões de segurança sejam negligenciadas por falta de articulação política", argumentou o delegado regional.

Além da instalação do radar, os controladores de voo apresentaram outras demandas estruturais para o aeroporto de Uberlândia. Entre elas, destaca-se a necessidade de resolver problemas de acessibilidade à torre de controle, que possui 40 metros de altura e oferece dificuldades para o acesso dos profissionais.


"Precisamos de condições básicas para exercer nosso trabalho com segurança e eficiência. A torre de controle deveria ter elevador e outras facilidades que garantam o bem-estar dos trabalhadores", explicou Varela.


Outra sugestão apresentada é a construção de uma "Taxi Way", pista paralela à principal, que agilizaria os deslocamentos de partidas e chegadas de aeronaves, reduzindo o tempo de espera e aumentando a eficiência operacional do aeroporto.


Os representantes do SNTPV também propuseram que a Câmara Municipal promova uma audiência pública para discutir amplamente as condições do setor aeroviário em Uberlândia. "Não pode ser apenas o sindicato defendendo a segurança da aviação. Precisamos envolver todos os atores: empresas aéreas, administração aeroportuária, poder público e sociedade civil", defendeu Figueiredo.


A proposta de audiência pública foi bem recebida pelos vereadores presentes. O presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, vereador João Santos, comprometeu-se a articular a realização do evento. "Vamos convocar todos os envolvidos para discutir soluções concretas. O aeroporto é estratégico para o desenvolvimento econômico de nossa região", afirmou.


Para o setor empresarial de Uberlândia, as reivindicações dos controladores de voo encontram eco nas preocupações sobre competitividade regional. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (ACIU), Roberto Naves, vê com preocupação os problemas estruturais do aeroporto.


"Um aeroporto moderno e seguro é fundamental para atrair investimentos e facilitar os negócios. Se não resolvermos essas questões, corremos o risco de perder competitividade para outras regiões", avaliou Naves.


A Prefeitura de Uberlândia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, informou que está acompanhando as discussões e se comprometeu a apoiar as reivindicações junto aos órgãos federais competentes. "Reconhecemos a importância estratégica do aeroporto e vamos trabalhar para viabilizar as melhorias necessárias", declarou o secretário municipal, Carlos Mendes.


O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo planeja intensificar as articulações políticas nos próximos meses. Estão programadas reuniões com deputados federais mineiros e com representantes do Ministério da Infraestrutura para apresentar as demandas do setor.


"Não vamos desistir até que a segurança da aviação seja tratada com a seriedade que merece. Uberlândia e toda a região dependem de um aeroporto moderno e seguro", concluiu Rogério Varela.


A expectativa é que a audiência pública seja realizada ainda em agosto, durante o recesso parlamentar, permitindo maior participação da comunidade e dos setores interessados. A Câmara Municipal também se comprometeu a encaminhar moção de apoio à criação da Frente Parlamentar da Segurança da Aviação no Congresso Nacional.



Serviço:

•Câmara Municipal de Uberlândia: Avenida Afonso Pena, 1224 - Centro

•Telefone: (34) 3239-3000



EXPEDIENTE Fato Uberlândia - Jornal Local Notícia baseada em informações da Câmara Municipal de Uberlândia Redação: Equipe Fato Uberlândia

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